segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

JAC Motors e Anfavea (Fiat) trocam farpas por causa de nacionalização -- BY Notícias Automotivas





Pois é, o tempo fechou para os lados da Bahia e Minas Gerais. A questão da nacionalização de veículos produzidos no país já está acirrando os ânimos na indústria nacional.

No domingo passado, o presidente da Anfavea e da Fiat Cledorvino Belini disse à coluna Mercado Aberto, do jornal Folha de São Paulo, que: “A JAC Motors disse que vai fazer uma fábrica na Bahia com R$ 900 milhões. Fico pensando, mas nós somos idiotas aqui. Gastei R$ 1 bilhão para fazer um carro (o novo Palio), e o cara vai fazer fábrica e produto? O diferencial é o índice de nacionalização.”

Isso foi depois dele dizer que “trabalhamos com índice de nacionalização muito alto e quem está chegando está pensando em índice baixo.”

Em resposta à declaração de Belini, o presidente da JAC Motors Sérgio Habib disse: “Não é verdade que desrespeitaremos a lei.” E continuou: “Faltou ética e verdade na declaração de Cledorvino Belini, que, além de presidente da Fiat, é também presidente da Anfavea, representante das montadoras.”

Habib ainda afirmou: “Nós também seremos sócios da Anfavea.” E disse mais: “Ele desmereceu os chineses, nivelou todas as marcas por baixo ao dizer que não pensamos em respeitar a legislação nacional.” Por fim, Habib ainda completou: “É melhor produzir no Brasil, do que no México e trazer para o país.”

Para Sérgio Habib, a lei que beneficia o México é incoerente, justamente porque naquele país, pode-se produzir com apenas 30% de conteúdo nacional, enquanto aqui é exigido 65%.



Além disso, os carros do México não pagam IPI maior e muito menos imposto de importação. Para a JAC Motors, sem uma regra de transição que comece em 25% para finalizar com 65% em quatro anos, será inviável produzir no país.

O empresário afirmou que o governo pretende dar uma resposta sobre as regras de transição no primeiro trimestre de 2012. E segundo Habib, sem essa definição a terraplanagem nem vai começar, referindo-se a nova fábrica na Bahia.

De acordo com Habib: “Se a lei não mudar, melhor ter fábrica no México”, e referindo-se a Fiat, completou: “Se a Fiat gasta R$ 1 bi em um projeto, é por isso que o carro brasileiro é o mais caro do mundo.”

Em relação ao nível de nacionalização de seus carros, Sérgio Habib disse: “Já estamos conversando com sistemistas para cumprir a lei de conteúdo nacional. Não sei por que a Fiat está tão incomodada com a JAC Motors.”

[Fonte: Folha]

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