Muito surpreendeu a medida “protecionista” do governo em aumentar a alíquota do IPI. Justo este governo que há algum tempo já se queixou para a OMC desta mesma prática. A verdade é que o governo aumentou para todos o percentual em 30%, mas se a montadora atender a uma série de requisitos, pode obter desconto deste imposto em até 30%, não sendo afetada, portanto, pela referida medida.
Pois bem, uma série de indagações surgem após uma breve leitura do texto. A primeira, e mais óbvia: por que o governo não reduziu o imposto das montadoras nacionais, leia-se GM, VW, Fiat e Ford para deixar seus produtos mais competitivos com os das importadas? (E aqui leia-se principalmente Hyundai e Jac).
Por que não taxar carros acima de um certo preço, já que, por exemplo, Jetta, Fusion, New Fiesta não são produzidos aqui, e não serão taxados, pois são trazidos da Argentina e México? A medida estaria alicerçada na proteção dos empregos nacionais. Pois bem, os milhões em publicidade das montadoras não revertem em empregos no nosso país?
Apenas as fábricas são capazes de gerar empregos? Todo um mercado de publicidade, divulgação, etc serve apenas para empregar o Sr. Fausto Silva? As concessionárias das marcas chinesas e coreanas trazem funcionários de seus países para trabalhar aqui?
Por estas indagações qualquer leigo no assunto saberá que o aumento do imposto de importação beira ao absurdo. É medida retrógrada, que já na década de 1980 foi a responsável pelas “carroças” escancaradas por Collor.
E, para finalizar, de acordo com as últimas manifestações das empresas mais afetadas pelo IPI, é provável que suas produções sejam direcionadas para o México, que na condição de Estado observador do Mercosul, tem isenção de impostos.
A inteligente medida governamental, portanto, favorece enormemente a geração de empregos. No México, é claro.
Por Guilherme Costa Motta
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