Tudo pode acontecer numa noite de solidão!Credo!
Outro dia um grande amigo, me disse que meus textos têm algo de Nelson Rodrigues, é meio dramático, fala de tabus, é provocante e insinuante. Nossa! Eu fiquei no céu com esse elogio, já que sempre fui apaixonada por Nelson, fiquei louca por ele desde que li o livro: Elas gostam de apanhar. Então caros leitores, se eu já exagerava antes, agora é que o bicho vai pegar, e se gosta de textos água com açúcar parafrasearei agora Manoel Bandeira...
“Eu faço versos como quem chora
De desalento… de desencanto…
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente…
Tristeza esparsa… remorso vão…
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre Sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre”
Tudo pode acontecer numa noite de solidão!Credo!
Não tenho nada contra uma boa noite de solidão, adoro vagar pelado pela casa, carregando minha carcaça de ossos nus e totalmente livres, badalando de um lado para o outro minha masculinidade, por não ter ninguém em casa eu consigo encontrar-me comigo mesmo, me abraço, flerto comigo, me esnobo, já que não sou fácil, depois de muita insistência de minha parte, caio em meus braços me entregando no prazer mais solitário... Vocês devem está pensando que isso é coisa de louco, mas quem nunca ficou namorando consigo mesmo diante do espelho? Quem nunca ficou se olhando milimetricamente na hora do banho? Mulheres observando o tamanho dos seios e os homens o tamanho do pênis? Deixemos a hipocrisia de lado e falemos a verdade, sei bem que falar a verdade não está na moda, mas o brega também tem seu lado bonito!
A noite estava silenciosa, só conseguia ouvir meus passos pela casa, acendi um cigarro, peguei a garrafa de conhaque e fui me sentar na varanda para apreciar a bela lua que contrastava com a feiúra de meu corpo esquelético, reparei que alguém me espreitava com o binóculo, por impulso pensei em levantar-me e voltar para dentro de casa, protegendo-me de olhares curiosos, mas eu não tinha nada para esconder, sempre joguei olhares indiscretos para a vizinha do bloco C, mas seria sorte demais se fosse ela, caros amigos leitores, ela é linda, cabelos loiros, olhos verdes, bunda de negona, boca de ter orgasmos, mas tem um marido que parece ter saído do filme Rambo, um loirão de quase três metros de altura, daqueles com cara e jeito de matador de aluguel, por isso só me atrevo olhar pra ela quando ele não está por perto, mas só de pensar naquela bunda maravilhosa, naquela boca sinto algo crescer em mim, e esse fato parece ter aguçado ainda mais a pessoa que me observa, resolvo então dar um showzinho para minha telespectadora, começo a me acariciar, me masturbar, quando estou bem no clima, olho para o apartamento e vejo que a pessoa está quase caindo de sua varanda, percebo que ela está querendo o mesmo que eu, de imediato tenho uma idéia para saber se realmente se trata da minha fabulosa vizinha de bloco, corro para o interfone e peço para o João, porteiro do prédio interfonar para o apartamento da vizinha boazuda, o porteiro bastante camarada faz esse favor, quando vejo ela sair da varanda e ir atender o interfone quase tenho um orgasmo ali mesmo, no meio da sala, mas me acalmo e tento aparentar sobriedade, ela atende o interfone e com a voz meio roca, aparentemente gripada, fala:
__ Pois não.
Eu e meus hormônios gritamos:
__ Você gostaria de vir ao meu apartamento e terminar o que comecei sozinho?
Prontamente ela responde:
__ Sim.
Desligo o interfone, as luzes do apartamento de onde eu era espreitado são apagadas, nossa ela está vindo pra cá!
Não, não posso entrar em pânico agora, a noite será incrível, não posso fazer feio para aquele fenômeno de mulher, corro pro quarto, tomo um azulzinho pra ajudar, fico em ponto de bala, o canhão está a postos, só esperando a beldade bater em minha porta!
Toc, toc, toc... Ela chegou, eu ainda estou pelado, agora estou super empolgado, a bandeira já está levantada, rapidamente caminho até a porta e abro...
__ Oi, fiquei observando você da minha varanda, nossa sua anaconda é maravilhosa e pelo visto gostou de mim. Vou devorar ela inteirinha...
Por alguns minutos fiquei sem chão, sem voz, sem ação!
__ Não, não, comigo não irmão, eu pensei que fosse a sua mulher, vai procurar outra anaconda pra comer jacaré!
Fechei a porta, vesti meu pijamão largo e prometi pra mim mesmo que nunca mais andaria pelado outra vez, por que encarar um loirão daquele tamanho querendo devorar sua anaconda, não é mole não!!!
Credoooooooo!!!Eu estava na faculdade e um professor começou a falar um monte de besteira, dei atenção por uns quinze minutos, quando vi que a aula seria toda só de trololó, resolvi ler um pouco de poesia, comecei com Carlos Drummond de Andrade e quando vi já estava lendo Manoel Bandeira, gostei tanto desse poema que resolvi postar em meu blog, juntei com o comentário de meu amigo blogueiro, misturei com um pouco de criatividade e o texto saiu! Espero que gostem!
Lívia Menezes
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