sábado, 21 de janeiro de 2012

SEREMOS ALGUM DIA JAPONESES? -- BY João Luiz Amaral

 

Seremos algum dia japoneses?
    "RUTH DE AQUINO, é colunista de ÉPOCA."  O dinheiro e as barras de ouro estavam em cofres e carteiras de vítimas do  tsunami no Japão. Em casas e empresas destruídas. Nas ruas, entre escombros  e lixo. Ao todo, o equivalente a R$ 125 milhões. Dinheiro achado não tem  dono. Certo?     Para centenas ou milhares de japoneses que entregaram o que encontraram à  polícia, a máxima de sua vida é outra: 'não fico com o que não é meu'! E em  quem eles confiaram? Na Polícia, que localizou as pessoas em abrigos ou na  casa de parentes e já conseguiu devolver 96% do dinheiro.     A reportagem foi do correspondente da TV Globo na Ásia, Roberto Kovalick. A  história encantou. "Você viu o que os japoneses fizeram?" Natural a  surpresa. Num país como o Brasil, onde a verba destinada às inundaç ões na  serra do Rio de Janeiro vai para o bolso de prefeitos, secretários e  empresários, em vez de ajudar as vítimas que perderam tudo, esse exemplo de  cidadania parece um conto de fadas. O que aconteceu em Teresópolis e Nova  Friburgo não foi um mero e imoral desvio de dinheiro público. Foi covardia.     Político japonês não é santo. Em que instante a nossa malandragem deixa de  ser folclórica e cultural e passa a ser crime de desonestidade? Por que a  lei de tirar vantagem em tudo está incrustada na mente de tantos  brasileiros? A tal ponto que os honestos passam a ser otários porque o mundo  seria dos espertos?     Eles devolveram às vítimas do tsunami R$ 125 milhões. Precisamos – nós e a  Polícia – aprender a agir assim    Um dia, todos precisaremos aprender que não se coloca no bolso, na bolsa,  nas meias e nas cuecas um dinheiro que não nos pertence. É roubo.     "Não me importo com o que os outros pensam sobre o que eu faço; mas eu me  importo muito com o que eu penso sobre o que eu faço. Isso é caráter."

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