quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Rogério lembra dificuldades no São Paulo e cita pão com barata -- BY FOLHA.COM ESPORTES


THIAGO BRAGA
COLABORAÇÃO PARA A 
FOLHA
São 21 anos vestindo a mesma camisa. E isso fez com que Rogério alcançasse uma marca que só havia sido ultrapassada por dois jogadores no Brasil, Pelé e Roberto Dinamite que jogaram com as camisas de Santos e Vasco, respectivamente, 1.114 e 1.065 partidas.
Em 1990, Rogério chegou ao São Paulo para fazer uma peneira. Aprovado, logo passaria a morar no alojamento do clube. Mas se engana quem pensa que a estrutura da época era comparada com a que os garotos da base usufruem hoje em dia, em Cotia.

Eduardo Anizelli/Folhapress
Rogério em entrevista sobre os 1.000 jogos pelo São Paulo
Rogério em entrevista sobre os 1.000 jogos pelo São Paulo
"Nunca tinha visto nada tão grandioso como o Morumbi. Para mim era algo que não existia. Morei quatro anos aqui, os primeiros meses no portão 4, depois mais próximo de onde estamos, no alojamento dos juniores. Passei por dificuldades como todo garoto. Não tinha uma lâmpada acessa à noite. Contavam histórias de pessoas que vagavam por aqui, que estiveram na construção. O café era no alojamento de cima, na direção do elevador. Tinha uma jarra de café, e uma de leite. Mas eu não bebia, como não bebo até hoje. E tinha pão francês na bacia e margarina. Ganhava cerca de R$ 200, com ajuda de custo, mas não tinha dinheiro para comprar outras coisas fora. E tinha barata nos pães. Mas era aquilo ou era aquilo", explicou.
"Acho [isso] um fato necessário de se passar, para todo menino. Então, agradeço tudo que passei, porque me fizeram vencer. Hoje vejo Cotia. Talvez, se não tivesse vivido aquilo, não daria tanto valor, não teria a mesma gana de vencer. Para mim, o São Paulo era o máximo, e continua sendo o máximo ainda", relembrou o arqueiro.
Rogério também recordou o que o fez ter ainda mais vontade de se destacar nos treinamentos e garantir vaga entre os profissionais: a estrutura do CT da Barra Funda.
"Em 1992, fui chamado para o jogo, aí dormi no CT. Tinha ar condicionado e televisão, que diferença. Daí, quando dormi lá pela primeira vez, sabia que tinha de jogar no profissional, porque é muito diferente. Essas mudanças me fizeram dar todo valor ao clube que fez tudo por mim", disse.

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