terça-feira, 27 de setembro de 2011

ABANDONANDO O LUTO -- LIVIA MENEZES


MAIS UM TEXTO DE LIVIA MENEZES

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Abandonando o luto!


Conduzido por uma vontade estranha de olhar para estrelas, simplesmente deduzo o porquê de não notar, obviamente o que não gostaria de ver.
Cada noite posso notar uma estrela diferente no céu, são tantas, mas nem por isso eu irei me esquecer das que já vi. Assim mesmo são meus sonhos: cada dia tenho um novo, encontro um novo, mas nem por isso me esquecerei dos que já sonhei e já conquistei.
 

Agora, estou tão longe do meu mundo predileto, das minhas histórias presenciadas, dos meus heróis, minhas heroínas, morfinas, endorfinas, estou cada vez mais perto da dor que me consome, me estupra, me dilacera a alma, estou tão longe de dizer que esqueci ou que não amo mais aquela estrelinha. E mesmo ela estando brilhando em outro céu, implacavelmente ela continua com sua beleza inconfundível viva e latente ferindo o coração desse poeta fúnebre.
Meu pêsames, mas apliquei em mim um sonoro Ne Me Quitte Pas, 
subornei minhas fraquezas em troca de meu próprio suor, derramei minhas últimas lagrimas de amor e mesmo assim a alma chora, suspirei fundo antes de dizer para mim mesmo que acabou.                                   .
Nem um mar de ilusões irão me converter novamente para aquele clímax do coração intocado, do ébrio simpático, do homem incansável, mas agora prometo que vou largar o luto, abandonar o preto e me jogar ao profano.

Ah! Prefiro ser amando pelo menos um pouco o bastante para revisar sobre esse assunto e conceituá-lo como se fosse uma nova linguagem e se eu tivesse que catalogá-lo palavra por palavra, esse sentimento me traria de volta a vida.                                            .Não sei quem sou,a cada momento mudei e continuamente me estranho nunca me vi de verdade e por isso nunca fiquei pronto, menti ao inventar um amor eterno já que de eterno eu nada sou, agora vou me encontrar com minha verdade, mesma que dela eu só colha os dissabores.                        .Quero ser somente aquele simples cara que passa na rua e ninguém nota, quero ser o invisível, o poeta e o louco, o bêbado e o palhaço, quero ter o prazer feito e cortado. Só quero me sentir novamente como eu mesmo.




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