domingo, 8 de maio de 2011

Avaliação NA – Ford New Fiesta 3 – Comportamento e consumo na cidade

 Avaliação NA   Ford New Fiesta 3   Comportamento e consumo na cidade
Com o New Fiesta tivemos uma grata surpresa, tanto na cidade quanto na estrada. O modelo tem uma disposição ótima, se você o conduzir como um carro de 16 válvulas deve ser conduzido, acelerando forte e trocando de marcha em rotações um pouco acima do que se faria com um modelo 8 válvulas. Ele ficou longe da situação complicada que tivemos com o JAC J3 e seu câmbio com primeira marcha longa demais.
Nas acelerações, o Fiesta aparenta ter um motor até um pouco maior que 1.6 16v. Ele chega a parecer um 1.8, com 130 cavalos aproximadamente. O câmbio é muito bem escalonado, mas um detalhe que merece uma explicação mais detalhada é a primeira marcha. Ela é curta, e faz com que o sedã dê aquele pulo para a frente, comendo o asfalto. Até mesmo em testes que fizemos em subidas, ele cantou pneu prolongadamente, mostrando boa disposição. (o que você poderá conferir no nosso vídeo na cidade)
A primeira marcha curta demais só tem uma desvantagem: em trânsito lento e vias congestionadas, você ficará cansado de engatar primeira, segunda, ponto morto. Primeira, segunda, ponto morto. Fará isso mais do que normalmente faria. O Moriah até comentou comigo que a primeira do New Fiesta parece de ônibus, que engata a primeira e mal sai da mobilidade e já pede uma segunda. Mas quem dirigiu carro 1.0 pelo menos uma vez na vida não achará tão estranho.
 Avaliação NA   Ford New Fiesta 3   Comportamento e consumo na cidade
Acredito que o New Fiesta tenha uma relação peso/potência similar à do Logan 1.6 que recentemente avaliamos aqui no NA. Se o modelo da Renault tem 1.080 quilos e se mostrou bem esperto com 95 cavalos, a relação entre os 1.162 quilos do New Fiesta e seus 115 cavalos se mostra ainda mais favorável. E em apenas 1.500 rotações, o Fiesta já tem cerca de 80% de seus 16,2 kgfm de torque disponíveis.
A suspensão do New Fiesta se mostrou bem firme, resistindo tranquilamente a pisos irregulares e buracos. A dinâmica exemplar que a Ford consegue inserir em alguns de seus modelos, no Focus mais notavelmente, se mostra presente também no seu irmão menor. Se trata de um sedã feito para o motorista ter prazer ao dirigir, com suspensão firme, volante com respostas diretas, câmbio com engates rápidos, tudo (ou quase tudo) como um entusiasta gosta.
Ele até mesmo tem no centro do velocímetro uma flecha apontada para cima que se acende quando você alcança rotações altas, perto da faixa vermelha, como um conta-giros esportivo faz. Item que pode ser interessante a quem quiser algum dia se aventurar em um track-day com seu Fiesta. O que não é tão comum, mas passa a ser parte da rotina de cada vez mais brasileiros apaixonados por velocidade… pelo menos os que moram em grandes capitais.
O consumo do New Fiesta na cidade se mostrou razoável, dentro da média fraca de motores Flex: com álcool conseguimos uma média de 6,7 km/l, já com gasolina a média foi de 10,5 km/l. Com o ar-condicionado ligado 70% do tempo. Números que não empolgam, mas que também não assustam e não indicam que o New Fiesta seja excessivamente gastão. Fica clara uma vantagem no uso da gasolina, combustível que deverá ser priorizado por quem comprar um New Fiesta, até mesmo em épocas do ano onde o álcool estiver mais em conta, afinal, a diferença de consumo é grande, mais de 50% melhor usando gasolina. Aliás, quando falarmos dos números de consumo na estrada, isso ficará ainda mais firmemente confirmado.
O nível de ruído interno é bom, o que mostra que o New Fiesta tem um bom isolamento acústico. Os bancos são confortáveis, e o único problema – que aliás já citamos aqui – é que o espaço interno é um tanto apertado. Me arrisco até mesmo a dizer que não é perceptivelmente maior do que sedãs populares, como Voyage e Siena por exemplo. Uma pena.

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