ESTA MATÉRIA FOI POSTADA PELO BLOG NOTICIAS AUTOMOTIVAS,EU ACHEI TÃO INCRIVEL QUE ESTOU POSTANDO A MESMA MATÉRIA
Meu nome é George, sou de SP, tenho 33 anos e sou engenheiro. Tenho um irmão morando em Curitiba e no feriado da virada de ano combinamos de passar com a família toda reunida na casa desse irmão e para evitar o trânsito da véspera de virada de ano peguei estrada, a BR-116 Regis Bittencourt, no dia 29 de dezembro final da tarde. Meu irmão havia contado alguns meses antes que um colega de trabalho capotou um carro na mesma BR-116 perto da divisa com o Paraná e ouviu do guincheiro do seguro que o socorreu que aquele ponto é famoso pois policiais donos de guinchos jogam óleo na pista com o intuito macabro de provocar acidentes para lucrar. Achei a história mal contada e é simples atribuir um acidente a uma teoria da conspiração ou lenda urbana.
Minha viagem ia dentro do previsto até por volta do município de Barra do Turvo (destacado no mapa acima), ainda no Estado de SP. Lá a BR-116 passa por uma serra muito sinuosa e constantemente chuvosa. Encontrei uma série com possivelmente meia centena de caminhões e carretas e fui ultrapassando todos em segurança pois a pista é dupla, com trechos de pista tripla, e boa parte dos pesados respeitam as faixas para os veículos mais leves. Em certo momento um dos que não respeitam colou em minha traseira e eu acelerei um pouco sem ultrapassar muito o limite de velocidade da via. Eu estava com esposa ao meu lado e filho de 11 meses em cadeirinha no banco traseiro e em pouco tempo deixei a série de pesados para trás e o motorista mais afoito fora de meu campo visual. Voltei então para os 70 ou 80km/h de segurança para o trecho de serra.
Alguns minutos depois peguei um trecho com 3 faixas de rodagem e uma curva bem aberta para a esquerda. Garoava pouco e eu já havia feito mais de 300km naquele dia sendo muitos deles com curvas mais fechadas, em desnível, com mais chuva, com muito mais tráfego então aquela seria simples e sem segredos. Seria. Eu estava na faixa da esquerda e mais ou menos 80m a minha frente, na faixa central seguia um GM Classic branco, com velocidade bem próxima a minha. Em dado momento após entrar nessa curva bem aberta vi a traseira do Classic desgarrar para a direita, sentido contrário à curva. Minha reação imediata foi falar “olha!” para minha esposa e tocar levemente o pé no freio pois eu jamais rodaria naquela curva aberta e na velocidade (baixa) que eu estava…
Tenho total noção de que nunca se deve frear em uma curva porém eu estava em baixa velocidade, em uma curva bem aberta e o veículo a minha frente apontava sua frente para meu caminho. Ele iria tracionar a qualquer segundo e viria diretamente para a pista onde eu seguia. Mal toquei no freio e a traseira do meu carro se perdeu completamente, eu gritei para minha esposa: “segura, segura, segura” e em uma fração de segundo eu estava rodando na pista com meus faróis apontando para um barranco. Dei uma volta completa na mesma faixa da esquerda sem tocar em nada e meu eixo dianteiro caiu então na valeta que fica do lado esquerdo da via.
Nesse instante o lado esquerdo do veículo levantou um pouco do chão, e então o carro inteiro deu mais uma volta completa em velocidade maior do que antes e parou com as rodas esquerdas nessa valeta e metade do carro ainda na via de rodagem. Não sei precisar mas isso durou algo como 2 segundos. Quando dei por mim eu estava parado. Minha reação então foi olhar para o lado e ver minha esposa inteira, meu filho inteiro e o carro ligado. Pensei no caminhão que vinha rápido logo atrás e tentei engatar a primeira marcha, suavemente. Entrou e acelerei bem devagar tentando identificar algum som diferente no carro. Nada.
Ele andou sem o menor problema e apenas o volante ficou um pouco desalinhado porém sem trepidação ou puxando para qualquer lado. Primeira marcha, segunda marcha, fui para a faixa da direita lentamente, por volta de 60km/h e e notei um posto policial do lado esquerdo da via. A série de pesados me alcançou e não tive como travessar para o posto policial. Decidi seguir viagem sem entender direito o motivo de ter rodado 2 voltas completas em uma curva aberta, simples e em baixa velocidade. Alguns 5 ou 6km adiante eu ainda não acreditava no que havia ocorrido e em um local mais claro parei no acostamento para ver os danos. A mecânica parecia estar em ordem porém eu imaginava ter ferrado a lataria. Nada, absolutamente nada.
Entrei e segui viagem. Mais alguns quilômetros e percebi o ponteiro da temperatura alterado e já no campo vermelho. Vi luzes de um posto logo a frente e segui até lá. Era um posto bem simples de sugestivo nome: Posto da Divisa. Fica no quilômetro 568 da BR-116 em Barra do Turvo, 300m antes da divisa entre SP e Paraná. Verifiquei o óleo e estava em ordem mas a água de refrigeração tinha toda vazado pela parte superior do radiador. Uma peça de plástico da armação se quebrou na pancada com a valeta. Liguei para o seguro e pedi um guincho e um táxi. Fui informado que esses seriam enviados de Registro/SP distante 130km de onde eu estava.
Perguntei por que não enviar um guincho de Curitiba que seria mais perto e meu destino final e a resposta é de que como eu estava no Estado de SP, o guincho seria da base de SP, em Registro. Esperei por 2 horas e ao chegar, o taxista ao ouvir meu relato disse: “você pegou óleo na estrada jogado por policiais daquele posto. Eles são donos dos guinchos avulsos que ficam pela rodovia esperando as ocorrências. Acabei de passar por lá e havia um Vectra capotado nessa mesma curva antes do posto policial”. Achei estranho porém batia com o relato que já ouvira antes daquele amigo de meu irmão. Mais 2 horas e chegou meu guincho do seguro. Surpresa foi que o guincheiro deu exatamente a mesma versão dizendo que quem apronta dessas é a Polícia Rodoviária Federal e seus policiais?
No dia seguinte procurei no Google algo sobre esse fato e encontrei. Coloque você “Trecho da BR-116 é terra de ninguém” e encontrará um texto de 2004 contando detalhes muito parecidos com minha história. A saber, meu carro é ano 2009/2010, sem controle de frenagem ou ABS porém com mecânica em perfeitas condições e pneus novos. Tenho seguro bônus 6, ou seja, não sou um louco que vive aprontando e entrando em acidentes. Ah, e tenho muita sorte!
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