sexta-feira, 3 de setembro de 2010

CIENCIA DE PATINHO DE BORRACHA - COLUNA AMBIENTE POR INTEIRO

                                                                                  BY efraim rodrigues - efraim@efraim.com.br
 

Ciência de Patinho de borracha

Você sabe quantos metros o Oceano Atlântico vai subir se o Pólo Norte terminar de descongelar ?

Nenhum, porque o Pólo Norte é feito de gelo flutuante. Ele derrete e fica no mesmo nível. Pense nisto na próxima vez que estiver diante de um copo com gelo.


Você sabe quantos metros o Oceano Atlântico vai subir se a Groenlândia terminar de descongelar ?


Algo ao redor de sete metros, porque neste caso é água que vai adicionar-se ao mar. Ainda mais importante, este volume enorme de água doce no Atlântico Norte pode desligar a corrente do Golfo que leva calor do Equador para a Europa. Já aconteceu em eras geológicas anteriores. A natureza tem destas coisas. Se a Terra se aquecer, a Europa vai esfriar.


Há um ano, o engenheiro Alberto Behar da NASA usou um novo instrumento para conhecer o mecanismo pelo qual a água derretida dos glaciares da Groenlândia desce por buracos no gelo para o oceano. Ele jogou 90 patinhos de borracha que irão descer para o mar e depois serão devolvidos quando e se forem achados por pescadores. Se você quiser ver onde fica o Glaciar Jakobshavn, aponte seu Google Earth para N 69º10’ W 51º


Não é a primeira vez que nosso inofensivo companheiro da banheira singra os sete mares. Em 1992, 29.000 patinhos de borracha caíram de um navio de carga no meio do Pacífico. Desde então, eles já foram encontrados em todo planeta. Havaí, América do Sul, deram a volta pelo Pólo Norte e chegaram à costa Leste americana, seu provável destino antes de caírem do navio. Em 2003, um dos patinhos foi encontrado na Escócia, depois de dar a volta na Corrente do Golfo, que ainda não se desligou.


Este caso traz uma mensagem interessante sobre o lixo que jogamos no ambiente. Estes patinhos todos foram ao mar em algum ponto do pacífico, durante a mesma tempestade da noite de 10/01/1992. No entanto, alguns foram para a América do Sul e outros para o pólo Norte. O lixo se espalha a distâncias e de maneiras inimagináveis, especialmente aquele que não se degrada nunca.


Não tente repetir o experimento de Behar na banheira de casa a menos que conheça um bom encanador.


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Efraim Rodrigues, Ph.D. (efraim@efraim.com.br) é Doutor pela Universidade de Harvard, Professor Associado de Recursos Naturais da Universidade Estadual de Londrina, consultor do programa FODEPAL da FAO-ONU, autor dos livros Biologia da Conservação e Histórias Impublicáveis sobre trabalhos acadêmicos e seus autores. Nos fins de semana ajuda escolas do Vale do Paraíba-SP, Brasília-DF, Curitiba e Londrina-PR a transformar lixo de cozinha em adubo orgânico e a coletar água da chuva
http://ambienteporinteiro-efraim.blogspot.com/

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